Professora é investigada por injúria racial contra aluna em Araraquara
05/09/2025
(Foto: Reprodução) Professora é investigada por injúria racial em escola de Araraquara
Uma professora da Escola Estadual Professora Angeli Lia Rolfsen, em Araraquara (SP), está sendo investigada pela Polícia Civil por injúria racial. O caso envolve uma aluna adolescente e também uma funcionária da unidade.
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A ocorrência foi registrada na quarta-feira (3), após uma vigilante da unidade denunciar a conduta da professora durante um episódio ligado a um ato racista cometido por um aluno contra uma colega.
Segundo o boletim de ocorrência, a Secretaria da Educação do estado de São Paulo informou que o vínculo da professora com a rede foi encerrado.
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Entenda o caso
A situação teve início no dia 28 de agosto, quando uma vigilante da escola, que é negra, presenciou um aluno fazendo gestos imitando um macaco para outra aluna, de 14 anos, também negra.
Nessa hora, a vigilante interveio e levou o estudante para a diretoria, enquanto uma professora presente na sala tomou conhecimento do ocorrido.
No dia seguinte, a vigilante relatou que, ao passar pela sala dos professores, viu a mesma professora contando a história aos colegas em "tom de deboche".
Ao perceber a desaprovação, a vigilante disse que "fechou a cara" para a cena. Nesse momento, a professora teria dito a seguinte frase: “você tinha que ver sua cara, ficou até branca”.
De acordo com o que foi apurado, na última terça-feira (2), ambas foram chamadas à diretoria para esclarecer os fatos.
Na ocasião, a professora alegou que estava apenas "brincando", mas a vigilante afirmou que não admitia esse tipo de brincadeira.
"Ela me perguntou se é uma macaca"
Denúncia de injúria racial é apurada pela Polícia Civil em Araraquara
Reprodução/ EPTV Central
Em entrevista à EPTV Central, afiliada da TV Globo, a mãe da aluna vítima dos atos racistas, que preferiu não se identificar, contou que a filha ficou profundamente abalada.
“Ela me perguntava por que fizeram isso com ela. Ela me perguntou se ela realmente não é uma macaca. Eu falei, ‘filha, você não é uma macaca’. Você é um ser humano como qualquer pessoa”, desabafou a mãe.
A mãe também relatou que a filha sofre preconceito na escola há cerca de dois anos e que o envolvimento da professora só veio à tona graças à atitude da vigilante.
“Se não fosse ela falar, os dois alunos iam levar a culpa, somente, pelo racismo. A diretora da escola, em momento algum, falou que tinha uma terceira pessoa no meio”, afirmou.
Ainda segunda a reportagem, a adolescente não retornou à escola e sua mãe planeja mudá-la de instituição.
O que dizem as autoridades
Em nota, a Unidade Regional de Ensino (URE) de Araraquara informou que "repudia toda e qualquer forma de discriminação ou racismo, dentro ou fora do ambiente escolar".
A pasta confirmou a instauração de uma apuração preliminar e o encerramento do vínculo da docente com a rede. Os responsáveis pelos estudantes envolvidos também foram convocados e informados sobre as medidas disciplinares adotadas.
O caso foi registrado na plataforma do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP), e um profissional do programa Psicólogos nas Escolas foi designado para acompanhar a estudante e a funcionária.
A equipe pedagógica também receberá apoio para desenvolver ações de combate ao racismo com a comunidade escolar.
Já a Secretaria da Segurança Pública (SSP), informou que "o caso é investigado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Araraquara, que está dedicada à coleta de depoimentos e de outros elementos que auxiliem no esclarecimento dos fatos".
A polícia também apura uma ocorrência de ato infracional envolvendo o aluno. Demais detalhes serão preservados por envolver menor de idade.
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